Cuidados ao final da vida no domicílio: considerações sobre o Brasil e a França

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.14198/cuid.2020.57.12

Palabras clave:

Cuidados Paliativos, assistência domiciliar, política pública

Resumen

Ensaio teórico, oriundo de reflexões tecidas em duas pesquisas, realizadas entre 2012 e 2017. Tem-se como objetivo discutir a inserção do domicílio como um espaço de cuidado nas políticas públicas para o final da vida, no Brasil e na França. Para tal, foi realizada leitura interessada de documentos que normatizam a organização dos serviços que atendem pessoas em cuidados paliativos, de ambos os países. Os documentos que respaldaram a análise foram: no contexto brasileiro, a Portaria n° 825, de 25 de abril de 2016, que redefine a atenção domiciliar no âmbito do sistema de saúde; e, no cenário francês, o Plano Trienal de Cuidados Paliativos (2015-2018). Para nortear as análises recorreu-se a autores vinculados à Antropologia Social e aos Estudos Culturais. Vislumbra-se que a partir dos anos 2000 o domicílio passa a ser elemento central para a efetivação das políticas públicas de saúde, especialmente aquelas que visam organizar o atendimento e o cuidado às pessoas com doenças crônicas e em cuidados paliativos. Trata-se de uma forma menos onerosa em termos econômicos para o Estado e que tende a acolher as expectativas de pacientes e familiares na busca do conforto e de formas menos dolorosas de enfrentar o final da vida.

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Publicado

03-09-2020

Cómo citar

Cordeiro, F. R., Griebeler Oliveira, S., & Luce Kruse, M. H. (2020). Cuidados ao final da vida no domicílio: considerações sobre o Brasil e a França. Cultura De Los Cuidados, 24(57), 186–199. https://doi.org/10.14198/cuid.2020.57.12

Número

Sección

Historia